nascem vazias de amarelo
as magnólias que se inclinam
oblíquas a uma terra
despovoada
da dimensão da flor
murmuram suas pétalas pelo
vento
galopante e assustado fugido
dos
desertos que eram florestas
lentas azuis as estrelas
estalam
agapantos jacarandás
sangue adormecido dos
fenómenos
que os olhos à luz fazem
desaparecer
ausentes as asas adormecem
trilhos estilhaçados na
terra
onde o longe e a distância
permanecem na tortura
do pensamento
sem etecétera
Ó as searas de flores os
gerânios as açucenas
os corações abertos dos
rapazes
aos lilases
perfume de entrega
permanente
musculado e frágil advento
de um tempo que há-de partir
mergulhado nos estames das
mãos
para se transmutar em beijos
oferecidos às bocas
no chão da terra aturada e
escura
as magnólias pálidas
sombrias
escorrem mel torturado e
morno
onde rapazes deixam o abraço
doce permanente como o
pecado
o orvalho da manhã reclama
as
magnólias que fecundadas
devolvem
à terra o sangue
dos rapazes exaustos
cansados
é manhã a terra toda de repente
desmaia atormentada nua e
quente
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